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“Idiotas” unidos jamais serão vencidos!

18 de maio de 2019

José Caldas da Costa

Eu me lembro muito bem. Estava acho que na 7ª série (na época era 3º ano do ginasial), corria o ano de 1973, a ditadura comia solta sob Médice, o “simpático” Presidente da República flamenguista, estudava no Colégio Aristeu Aguiar, no Alegre, onde havia ocorrido, nos contrafortes do Caparaó, um movimento guerrilheiro poucos anos antes e não sabíamos de nada disso.
A cidade vivia novos tempos. No início dos anos 70, ganhou duas faculdades – a de Filosofia e a de Agronomia, então Escola Superior de Agronomia do Espírito Santo. Ambas fruto da mobilização de lideranças locais em torno de um governador que foi o primeiro indicado pelo regime militar: Cristiano Dias Lopes. Por isso, seu nome foi dado ao Centro Acadêmico da Esaes, hoje um Centro Universitário vinculado à Universidade Federal do Espírito Santo, com mais de uma dezena de cursos de gradução, outros tantos de Mestrado e Doutorado.
O curso de Agronomia foi reconhecido pelo Ministério da Educação, salvo engano, em 1975 e houve uma grande comemoração pelas ruas da cidade, patrocinada pelos estudantes, que tomavam banho na fonte da Praça da Bandeira e, mais que isso, buscavam em casa os professores e os atiravam com roupa e tudo dentro d´água. Eu vi tudo isso acontecer com esses olhos que a terra não há de comer tão cedo – a depender de mim.
Mais tarde, a Esaes foi federalizada e incorporada pela Ufes como Centro Agropecuário e foi ganhando corpo até ser o que é hoje, um grande centro de formação de profissionais espalhados pelo Brasil inteiro.
A Fafia, que continuou como autarquia municipal e hoje míngua, teve fundamental importância na formação de professores para as escolas não apenas do Sul capixaba, mas também para cidades mineiras ali pelas bandas do Caparaó. O polo universitário cresceu tanto que há uns dez anos começou uma discussão sobre a criação de uma universidade autônoma na cidade. Hoje, diante dos fatos recentes, já não me iludo com isso.
Quantos profissionais de destaque hoje no Brasil não deram seus primeiros passos na escola pelas mãos de professores formados pela Fafia ou não passaram pelas mãos de estudantes da Esaes e, depois, Ca-Ufes, que eram aproveitados como mão de obra nas salas de aula quando havia tanta carência de mestres na cidade!?
Sim, eu me lembro bem. Corria o ano de 1973. Márcio, um aluno grandão da Esaes, dava aula de matemática no Aristeu Aguiar e estava em minha sala. De repente, o diretor da escola adentra a sala (vou preservar sua identidade, em respeito à família), não sei o que havia acontecido no dia, dá um “sabão” na turma e nos chama de idiotas. Sim, aquela turma de 40 alunos adolescentes éramos uns idiotas.
Márcio fechou a cara e não falou nada. Quando o diretor saiu, e nós, com cara de, sim, idiotas, o Márcio, na autonomia do comando da classe, dirigiu-se a nós serenamente: “Vocês sabem o que é idiota? Isso é uma ofensa muito grave”. Cheguei em casa, e encontrei um dicionário surrado e fui consultar (não sei quantos o fizeram). Jamais esqueci o peso dessa palavra, ressuscitada pelo atual Presidente da República, eleito pela democracia que ele não parece valorizar.
Os “idiotas úteis” ajudaram a instalar o regime de 64, lutaram pelas Diretas Já, choraram Tancredo, derrubaram Collor e derrubaram Dilma, elegeram o Presidente atual e podem… ah, deixa prá lá.
José Caldas da Costa é jornalista

Jânio e Bolsonaro em seis atos de teatro

17 de maio de 2019

(ABRE O PANO) Em 1961, assume a Presidência da República o mato-grossense Jânio Quadros, que se fez politicamente em São Paulo, com um discurso de varrer a corrupção do Brasil, usando como símbolo uma vassourinha. A construção, supostamente, superfaturada de Brasília é a “sustentação” do discurso. Derrotou o Marechal Lott, um oficial legalista de esquerda, ligado ao Partido Trabalhista e que havia garantido a posse de Juscelino Kubistscheck ante uma tentativa de golpe de uma parte do oficialato de extrema direita. (FECHA O PANO)
(ABRE O PANO) Em 2019, assume a Presidência da República o paulista Jair Bolsonaro, que se fez politicamente no Rio de Janeiro, com um discurso de varrer a corrupção do Brasil, usando como símbolo os dedos em riste em forma de arma. Obras, comprovadamente, superfaturadas como o Parque Olímpico do Rio de Janeiro e os estádios da Copa do Mundo sustentam o discurso. Derrota o professor Haddad, representante do Partido dos Trabalhadores, que por mais de uma década governara o País. (FECHA O PANO)
(ABRE O PANO) Em 1960, o sistema eleitoral permite eleger o presidente de uma chapa com o vice de outra. Assim, Jânio é eleito com o vice trabalhista João Goulart, um líder populista amado pelo povo. Mas o principal líder, na verdade, era seu cunhado, Leonel Brizola, que então estava no Governo do Rio Grande do Sul. (FECHA O PANO)
(ABRE O PANO) Em 2018, o sistema eleitoral somente permite eleger a chapa completa e Bolsonaro, depois de um “não” de seu vice dos sonhos, o senador Magno Malta, com discurso afinado ao seu, é obrigado a “engolir” um general na vice, Hamilton Mourão. O principal líder de oposição está preso em Curitiba, o ex-presidente Lula, acusado de ser o “chefe da quadrilha da corrução que acometeu o Brasil”. (FECHA O PANO)
(ABRE O PANO) Em 1961, governando com bilhetinhos e com ações descordenadas e desconexas como proibir brigas de galo, Jânio Quadros entra rapidamente em desgraça e, oito meses depois, renuncia, culpando forças ocultas. Alguns analistas da época dizem que ele sonhava em ser reconduzido ao poder nos braços do povo e com apoio das Forças Armadas. O vice, João Goulart, está na China quando Jânio renuncia. Há uma tentativa de golpe militar, mas o líder Leonel Brizola resiste com o povo e unidades militares gaúchas, inclusive do Exército. Em sua volta, Goulart somente consegue assumir depois de aceitar a mudança do sistema presidencialista para parlamentarista. O principal negociador do acordo é o deputado Tancredo Neves. (FECHA O PANO)
(ABRE O PANO) Em 2019, governando com frases de efeitos e bravatas, “bilhetinhos” nas redes sociais, cometendo gafes sobre gafes, chamando manifestantes de idiotas úteis, seguindo um astrólogo como conselheiro político, Bolsonaro parece perdido com o cargo e em cinco meses enfrenta seu inferno astral. Para piorar, um de seus filhos está no centro de uma investigação por supostas práticas ilícitas – análogas à corrupção que ele combate. O líder Lula está atrás das grades, as Forças Armadas estão em metade dos principais cargos do governo, não existe nenhum Tancredo. E o vice, cujas declarações são completamente antagônicas às do Presidente, apesar de também militar, já está na China. (FECHA O PANO)

Camata, o homem, o político e o mito

27 de dezembro de 2018

José Caldas da Costa

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Camata soube, como ninguém, falar a linguagem das pessoas simples. E, simbolicamente, deu a isso um signo: estradas em todos os municípios. “Isso aqui foi Camata quem fez. Antes dele era poeira ou barro”. Esta era uma justificativa comum para as seguidas enxurradas de votos a Gerson Camata destinados para senador e, depois, também para sua mulher Rita a deputada federal.

Depois dele, ninguém mais deu a mesma importância à interligação dos municípios com tal entusiasmo. O sonho do homem do interior era com o asfalto e, com o “Taliano”, o teve. Vieram, no presente século, algumas tentativas de reeditá-lo, mas o mito sobrevive ao tempo. Desde sua primeira eleição a vereador, ainda nos anos 60 em Vitória, jamais perdeu uma eleição.

No trato pessoal, era insuperável. Não o conheci nos tempos da rádio Vitória – vinte anos nos separam na idade e quando cheguei de Alegre ele já era deputado federal e fez a lei que beneficiou a mim e a toda a minha geração, que conseguiu registro profissional, mesmo sem o curso superior da área. E ainda tínhamos a aposentadoria especial.

No dia 13 de março de 1979 nossa profissão estava regulamentada, com piso de cinco salários mínimos, jornada de cinco horas e com a possibilidade do registro provisório, mais tarde transformado em definitivo (Decreto 91.902/85), a quem comprovasse o exercício da profissão dois anos antes do Decreto 83.294/1979. Isso foi trabalho do Camata.

O relacionamento de Gerson Camata com os jornalistas “das antigas” era de colega. Ele até votava nas eleições sindicais. E não há quem faça parte dessa geração e que não colecione algumas boas histórias com ele, um emérito contador de causos. Aliás, como registrou no velório o ex-deputado José Carlos Gratz, o Camata não tinha a menor vergonha em contar piadas repedidas pela enésima vez – e o fazia como se fora a primeira vez.

Camata filava cigarros com quem estivesse por perto, nos tempos em que ainda fumava, e quando não queria continuar dando informação, simplesmente começava a contar causos e arranjava um motivo para ir saindo de fininho. Senti isso na pele quando o entrevistava como chefe da sucursal de A Gazeta em Colatina nas tensões convencionais do PMDB para as eleições municipais de 1988.

Deixo por último o registro do ano de 1982. Era a volta da eleição para governador, início da redemocratização brasileira. Camata disputava a indicação do MDB com Max Mauro num lotado Colégio do Carmo. Eu estava lá, assim como centenas de jornalistas e radialistas, e militantes emedebistas. Camata venceu, para desconforto de Max, que, entretanto, não negou-lhe apoio e, em 1986, com Gerson candidato ao senado, lá veio o ex-prefeito de Vila Velha com a fatura: “Agora é Max”. E foi mesmo.

Aqui vale um registro do valor de uma amizade. Marquinho Vicente fazia campanha para Carlito Von Schilgen, o escolhido de Eurico Rezende, em 1982, contra todos os prognósticos de que Élcio Álvares seria um candidato mais viável. Eu, como a maioria dos capixabas, tinha orgulho de ostentar o adesivo Camata no veículo e parei um dia na casa de Marcus, em Ibiraçu. “Ainda tenho que aguentar isso, Maroba? O sujeito vem na minha casa com adesivo do adversário no carro… “ e caímos na risada. Nada mudou para nós. Depois, o próprio Marquinho tornou-se um camatista de carteirinha.

As amizades sobrevivem às divergências políticas, porque a amizade é maior do que a política. Pena que os tempos mudaram. E mudaram tanto que hoje o Espírito Santo chora a morte do maior mito de sua política. Com um tiro disparado por um “ex-amigo”.

Se der errado, a gente derruba. Será?

26 de outubro de 2018

José Caldas da Costa (*)

Em 1964, com o apoio de parcela da sociedade, especialmente religiosos, com a famosa “Marcha da Família com Deus pela liberdade”, no Rio de Janeiro, e a marcha do rosário das mulheres católicas mineiras (qualquer semelhança com 2018 não parece ser mera coincidência), os militares assumiram o poder com o discurso de combater o comunismo, a corrupção e a subversão, conforme nos ensinava meu sargento-instrutor no serviço militar em 1978.

Diziam que era uma intervenção para devolver o poder aos civis em 1965, mas eliminaram o direito à oposição com o Ato Institucional nº 1, em 9 de abril de 1964, cassando os direitos políticos de 102 cidadãos que não concordavam com a solução militar e definindo que o mandato de Castelo se encerraria em 31 de janeiro de 1966, dando posse ao presidente que seria eleito pelo povo em outubro de 1965.

O poder seduz. Gostaram da coisa e deram o primeiro golpe dentro do golpe. O resultado da eleição de governador em1965, quando opositores foram eleitos em Minas Gerais e Rio de Janeiro, principalmente, não agradou ao governo militar, que editou o Ato nº 2, em 27 de outubro, estabelecendo eleições indiretas para Presidente. O ato vigorou até 15 de março de 1967, quando Costa e Silva foi o eleito pelo colégio eleitoral sob pressão e controle do regime.

“Como era esperado, veio o Ato Institucional completo. Isso pressupõe obviamente uma férrea união militar, somando todos os grupos de origem revolucionária, brandos e duros, em torno da afirmação do poder incontestável da Revolução. O Marechal Castelo Branco, que procurou alcançar os objetivos por persuasão, trocou suas táticas pelas dos radicais, munindo-se dos instrumentos de poder necessários para atingir as suas metas, o que não obteve da colaboração dos políticos”, registrava a Coluna do Castello, no Jornal do Brasil de 28 de outubro de 1965.

Em 15 de março de 1967, Arthur da Costa e Silva sucedeu Castelo Branco e, com sua posse, entrou em vigor a nova Constituição, a exemplo daquela do período imperial, outorgada pelo regime em janeiro de 1967. O marechal Castelo Branco morreu poucos meses depois, em julho daquele ano, quando um avião militar resvalou a asa no avião que o conduzia e que caiu no interior do Ceará.

O regime endureceu. Vieram as resistências armadas. Sucederam-se os Atos Institucionais fortalecendo o regime de exceção como a cassação de mandatos e direitos políticos, inclusive de aliados do movimento de 1964, como o ex-governador da Guanabara, Carlos Lacerda. Em 13 de dezembro de 1968, veio o famigerado AI 5 e a noite escureceu de vez.

Parceira da “revolução de 1964”, a Igreja Católica apeou do trem e foi para a oposição. Costa e Silva teve um acidente vascular cerebral e o seu vice, um civil, Pedro Aleixo, foi impedido de assumir. O governo passou a ser exercido por uma Junta Militar, até a posse do general Emílio Garrastazu Medice em 30 de outubro de 1969. Conforme revelou Ernesto Geisel, seu sucessor, em seu depoimento à Fundação Getúlio Vargas, era hora de cooptar os líderes evangélicos com emissoras de rádio e televisão. Afinal, era preciso ter algum respaldo na sociedade.

Bem, o regime de exceção instaurado pelo golpe civil-militar de 1964 “aniquilou” politicamente toda uma geração. Durou 21 anos oficialmente, mas seus efeitos, efetivamente, somente foram interrompidos com a Constituição de 1988, a primeira de nossa história a garantir os direitos fundamentais da cidadania, desde aquela que nos foi outorgada pelo Imperador Pedro I em 1823.

A primeira proposta de eleições diretas, feita no Congresso em 1968, foi simplesmente engavetada. Foram muitos atos de exceção, mesmo no “governo da distenção”, como se anunciava Ernesto Geisel. Em 1979, o general João Baptista Figueiredo promulgou a Lei da Anistia, para reverter punições a acusados de crime político desde 1961. Em 1982, retornaram as eleições diretas para governador. Em 1984, a Câmara dos Deputados rejeitou a Emenda Constitucional do deputado Dante de Oliveira (MT), que previa eleições diretas em 1985.

O poder foi devolvido aos civis em 1985, depois da eleição indireta de Tancredo Neves no colégio eleitoral em 15 de janeiro. Porém, quem assumiu foi o velho aliado do regime militar, José Sarney, vice de Tancredo, que adoeceu e não tomou posse, morrendo no dia 21 de abril daquele ano.
Em 1989, finalmente, o brasileiro voltou às urnas para eleger seu primeiro presidente civil desde 1960, ou seja, 29 anos antes.

Passaram-se outros 29 anos. Nesse período, somente dois presidentes eleitos pelo povo não deixaram o mandato – Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva. Fernando Collor, o primeiro presidente eleito pelo povo, caiu no meio do mandato, que foi completado por seu vice, Itamar Franco. Dilma Roussef cumpriu um mandato, foi reeleita e destituída do cargo, num suspeito julgamento pelo Congresso Nacional, que mais se pareceu com um “golpe parlamentar”, e o mandato está sendo completado por Michel Temer.

Um capitão do Exército, tendo como vice um general da mesma Força, estão prestes a chegar ao poder com o mesmo discurso de defesa da família e combate ao comunismo e à corrupção. Até o slogan é parecido, remetendo a Deus e à família. Desta vez, estão usando o voto, um dos símbolos-ícone da democracia que seus antigos pares atropelaram há 54 anos e vilipendiaram em 1968. Do outro lado, um candidato do partido que, no imaginário coletivo construído ao longo dos últimos anos, é o símbolo da degeneração moral e ética da política nacional conhecida pela alcunha de “corrupção”.

Em 1960, havia um militar candidato à Presidência, tendo um civil como vice. Na época, o eleitor podia votar no Presidente de uma chapa e no vice de outra. O militar, Marechal Lott, perdeu para Jânio Quadros, que renunciou oito meses depois. O restante do mandato foi cumprido, aos trancos e barrancos, por João Goulart, da chapa de Lott, e que havia derrotado o vice de Jânio, Milton Campos.

João Goulart, presidente constitucional, que já havia sido vice de JK, foi deposto em 1964 por un grupo de oficiais militares do mesmo movimento que já havia tentado dois golpes contra Juscelino Kubtschek, eleito em 1955. Na época, foram impedidos pelo Marechal Lott.

Brasileiros que apoiam a chapa militar à Presidência da República, em 2018, acreditam que, se eles não derem certo, “a gente derruba também”. É bom dar uma olhada na história. Nunca antes um governo militar foi derrubado, a não ser por outro militar.

(*) o autor é jornalista, licenciado em Geografia, escritor premiado nacionalmente

Saiba o que pensa Marcos do Val, senador eleito pelo Espírito Santo

16 de outubro de 2018

Marcos do Val

Por: Aldo Aldesco
Com mais de 863 mil votos, o consultor de Segurança Marcos do Val, 47 anos, capixaba natural de Vitória e membro do Partido Popular Socialista (PPS), foi eleito senador da República pelo Espírito Santo. Militar de origem, atua na área de segurança, realizando trabalhos junto à Swat (EUA) e em países da Europa.

Como senador, deve atuar na área de segurança. Defende a instituição da prisão perpétua e a ampliação da atual lei de porte de arma, é a favor de uma reforma da Previdência e contra a reforma trabalhista.

Convencimento

O Renato [governador eleito Renato Casagrande] disse: olha, tenho um projeto de ser candidato ao governo e acho que você poderia pensar na possibilidade de trazer a sua experiência aqui para o Estado. De imediato, disse não: não penso em ser político, mas eu posso me colocar à disposição, caso você vá pro governo, e te ajudar. Mas ele começou a me convencer a ser um candidato ou a deputado federal ou ao Senado.

Conversei com a família, e a família foi resistente, dizendo que seria muito ruim para minha imagem, que isso iria estragar minha carreira. Mas eu pensei na minha filha, com 12 anos de idade. Poxa, é uma oportunidade para ajudar essa geração e a próxima. Não posso virar as costas e chegar ao final da vida e dizer pra minha filha: você me desculpa mas o pai não fez nada para [a vida] ficar melhor. Coloquei isso como mais um desafio e me coloquei à disposição. Estudamos e vimos que a posição do Senado seria uma posição melhor para o Espírito Santo, com o meu conhecimento.

Renovação

O capixaba, não só o capixaba, mas o brasileiro estava pedindo renovação. Alguém que viesse de fora, mas que trouxesse também conteúdo. O capixaba já conhecia minha trajetória profissional. Já represento o Espírito Santo nos países pra onde vou. O que faltava é que chegasse a mais pessoas a informação sobre meu trabalho. Foi um desafio ser conhecido por um número maior de capixabas. Até então, eu era conhecido apenas dentro dessa bolha da segurança pública. O capixaba querendo essa renovação e vendo que a segurança pública está sendo o maior problema. As últimas pesquisas apontavam a segurança como maior preocupação, maior que o desemprego.

Fizemos um planejamento estratégico e definimos que tínhamos de caminhar abaixo dos radares, para não despontar e começar ser uma ameaça plausível para os grandes candidatos, para que não houvesse um ataque contra a gente. Decidimos que não íamos entrar na velha política, apresentar proposta sem criticar ninguém, mas precisávamos voar baixo para não chamar a atenção e não ficar desgastado, não ter de ficar explicando que o que estava sendo dito [sobre nós] não era verdade. Na campanha de TV, mostramos quem é o Marcos para as pessoas que não me conhecia. Tive a grata satisfação de receber depoimento dos próprios policiais da Swat apoiando a minha candidatura ao Senado. Eles nunca fizeram isso nem para os próprios americanos. Foi a primeira vez na história que fizeram esse apoio formal da própria comunidade.

Quando caminhávamos pelas ruas de Vitória, a gente ouviu muito o desejo da renovação, mas as pesquisas tradicionais apontavam que os tradicionais estavam sempre despontando. Começamos a estudar as pesquisas e vimos que havia 70% do eleitorado que não tinha definido o seu candidato ao Senado. Então, começamos a trabalhar em cima daqueles que não tinham definido o candidato. Convocamos os meus seguidores espalhados pelos 78 municípios, convocamos como se fosse uma tropa mesmo, que se envolveram, quiseram ajudar voluntariamente. Fornecemos material digital para ser usado no trabalho.

Atuação

A proposta que tenho é trazer uma nova visão sobre segurança pública. Convencer os outros senadores e os brasileiros que existem outras formas de resolver a segurança pública e colocá-la como prioridade. Até então, sempre foi educação e saúde, não quer dizer que devemos tirar o foco de educação e saúde, mas entender que existe esse tripé. O brasileiro não tinha entendido a importância da segurança pública.

Primeiro vou procurar entender o que tem na área, quais são as PEC que estão em andamento o que está parado, tudo voltado para a segurança pública. Também iniciar um pacto com os senadores para que o Brasil possa sair dessa crise, para que a gente possa gerar empregos. O Brasil provavelmente vai sair dividido dessas eleições, quero convocar a Casa para que todos estejamos unidos, independente de que seja A ou B o ganhador. A gente tem de pensar na população, no Brasil.

E conseguir fazer com que venha recursos para o Espírito Santo para fortalecer o projeto Estado Presente, que o governador [eleito] Renato Casagrande vai voltar com ele, que é um projeto de sucesso. Procurar a melhoria da carreira policial, criar uma nova maneira de formação policial, protegendo a sociedade e não indo atrás de bandido, projetos sociais. Como o senador tem R$ 17 milhões anuais de recursos de emendas [parlamentares], ele pode direcionar a projetos sociais, a treinamento e capacitação de policiais. Imediatamente, a gente vai trazer esses recursos para a segurança pública.

Porte de armas

Minha posição sobre porte de armas é muito equilibrada. Tem muita gente que pensa que você poderia comprar arma em qualquer lugar. Não é isso. Sou a favor do processo que é hoje, você tem de ter capacidade técnica, psicológica, você não pode ter um histórico criminal, tem de ter ficha limpa, 25 anos, emprego fixo. Tudo isso sou a favor que se mantenha. O que sou contra é a documentação de efetiva necessidade. Você tem de falar com o delegado pra quê você quer a arma. Sou contra. Pois se você tem todos os requisitos técnicos, cada um tem um objetivo de ter a arma. Seja para proteger a sua casa, sua família, seus bens, você se sentir seguro, proteger a vida de terceiros. Mas eu sou a favor de que, ao mesmo tempo em que se flexibilize o porte de armas, também venha a responsabilidade. Você é responsável pelo porte que foi cedido. Se você usar de forma ilícita, você tem uma penalidade diferenciada. Você tem um agravamento da pena porque você teve a possibilidade de ter o porte de forma legal e usou de forma ilegal.

Prisão perpétua

Sou totalmente contra a pena de morte. Apesar de no Estado do Texas, onde eu trabalho, há mais de 20 [anos]  ter a pena de morte, sou contra porque já foi verificado muitos erros, pessoas que foram condenadas à morte e depois foi descoberto que não eram os verdadeiros culpados, apesar de isso ter acontecido depois da descoberta do DNA. No passado não tinha, por isso, muitos foram mortos.

Sou a favor da prisão perpétua para pessoas que têm de ficar excluídas da sociedade, que não têm jeito de ressocialização. Ela deve ser aplicada em crimes passionais, que são os crimes mais cruéis. Nós temos, dentro do sistema carcerário, pessoas que optaram em ser criminosos porque não querem fazer o caminho natural da sociedade, do trabalho e do emprego, querem buscar o caminho mais fácil, tem aqueles com distúrbios mentais que não têm condições de viver em sociedade, os serial killers e pessoas com esse perfil, e tem aqueles, que é a minoria, que, por falta de oportunidade, acabam indo pro mundo do crime. Esses são os tais excluídos da sociedade. Esses, sim, dá pra ressocializar, dá pra fazer um trabalho de colocar ele de novo na sociedade, que possa aprender algo dentro do sistema carcerário e sair.

Corrupção 

Com toda certeza a corrupção é crime hediondo. A corrupção é um crime velado. Ninguém percebe as consequências desse crime quando ele é cometido. Falta dinheiro para saúde, pra educação para segurança, e a quantidade de mortes que são geradas por falta desse recurso. Sou a favor de que seja punida como se fosse um crime hediondo, um crime perverso.

Privilégios

O único privilégio de que não abro mão é o privilégio de representar os capixabas. Tem privilégios que são lícitos, mas são imorais. Você ter auxílio-moradia tendo um apartamento [funcional] pra poder ficar. Tem coisas que não tem por que usar. Quero chegar lá e ver qual é a estrutura, porque não adianta eu ser incoerente e fazer economia de equipe e não conseguir atender a sociedade. O problema não são as regalias, mas o problema é que os políticos nunca pensaram na sociedade a não ser em reeleição para perpetuar o seu poder, não para realmente dar condições de vida para a sociedade. Não acho justo a sociedade não ter qualidade de vida e o político ter isso de forma extrema.

Reformas

Eu questiono a reforma trabalhista porque deixar de ter direitos adquiridos não é justo e você, no meio político, não dá o exemplo, você quer que a sociedade faça esse ajuste, mas a política não. Sou contra isso. Que primeiro nós possamos dar o exemplo dentro de casa para depois cobrar lá fora. Quanto à Previdência, nós precisamos discutir, porque temos um número muito expressivo de jovens que saem do país por falta de oportunidades e uma população que está envelhecendo por mais tempo. É uma matemática que dá pra perceber que não tem um número suficiente de pessoas para manter a aposentadoria de quem está se aposentando hoje.

A segurança pública é a espinha dorsal. Se você trabalha a segurança pública, você trabalha a preservação da vida, você dá condições de as pessoas investirem no Estado, criarem mais empregos porque aqui é um local seguro, é fácil manter uma empresa porque não é preciso uma estrutura de segurança, você tem a saúde que economiza porque é um Estado seguro. Quando você trabalha a segurança pública, você acaba resolvendo todos os outros setores, mas nunca ninguém tinha enxergado isso.

Política

Não abro mão de meus conceitos, do que acredito que seja melhor para a sociedade e para a segurança pública por questões partidárias, sejam elas de direita, sejam elas de esquerda ou de centro. Tem projetos sociais que são feitos pela esquerda que acho fantásticos, o incentivo à educação, que acho fenomenal, e tem projeto da direita que é a valorização do profissional da segurança que precisam ser feitos. Não quero ser taxado de esquerda, direita ou centro. Quero ser um senador que está vindo para a melhoria da sociedade capixaba.

O PPS e o PSB me deixaram muito à vontade para colocar minhas convicções. Estou nesse grupo porque foi ele [Casagrande] que mais investiu em segurança no Espírito Santo. Não poderia estar em outro grupo que não fosse esse. Sou contra o radicalismo, o discurso popular que todo mundo gostaria de ouvir, sou contra que bandido mande no morro, pra mim bandido tem de ser preso e condenado, por isso que tem de mudar a legislação.

A todo o momento, o partido não me colocou limites, me deixou confortável para ser o que sou e pensar o que penso. Não penso que sou de direita ou de esquerda ou de centro. Sou brasileiro, sou capixaba, independente de quem assumir, estarei defendendo meu Estado. Posso ser um aliado ou um adversário político, se o presidente não estiver olhando para o Estado do Espírito Santo. A gente precisa tirar o Estado desse papel sem expressividade na Região Sudeste e no Brasil.

 

O que pensa Fabiano Contarato, novo senador eleito pelo Espírito Santo

16 de outubro de 2018

Fabiano Contarato

Por: Aldo Aldesco

O delegado de polícia e professor de Direito Fabiano Contarato, 52 anos, natural de Nova Venécia, filho de motorista de ônibus, foi eleito senador pelo partido Rede Sustentabilidade com 1.117.036 de votos, cerca de 31% dos votos válidos em todo o Espírito Santo nestas eleições de 2018.

Ele tem como projeto inicial romper, unilateralmente, com os privilégios inerentes ao cargo de senador, tentando estender aos demais senadores, e de forma macro, fortalecer a arrecadação e a receita dos municípios através da reformulação do pacto federativo.

O novo representante capixaba no Senado conversou com a TV Assembleia, veja a entrevista.

Campanha

As pessoas só conheciam minha história profissional, enquanto delegado de polícia e em situações extremamente delicadas. Agradeço a Deus e à população capixaba, não só aos eleitores. Vejo com muito bons olhos porque assim como eu a sociedade estava cansada dos mesmos e dos mesmos resultados.  Então ela deu uma demonstração inequívoca através do voto, no dia 7 de outubro, e virou a página dessa velha política. Eu me cobro muito. Sempre me cobrei muito na minha vida toda. Seja como delegado de polícia, durante 26 anos, seja como professor de Direito há quase 20 anos, eu sempre fui exigente comigo mesmo. E agora com esse credenciamento que a sociedade está me dando, eu sinto uma responsabilidade muito grande de corresponder. Eu quero dizer para a população capixaba que “verás como um filho teu não foge à luta”. Uma coisa que Deus me deu foi coragem. Coragem para lutar, chegar e tentar mudar.

Privilégios

Aquilo que eu puder fazer de imediato no Senado, vou fazer. Vou dar um exemplo: sou contra privilégios. Vivemos num País com mais de dez milhões de desempregados e um senador tem seguro saúde vitalício para toda a família. Se puder ser um ato unilateral meu, vou renunciar a isso. Não acho justo o trabalhador ter garantia constitucional à saúde pública, está no artigo 9º, sendo direito do cidadão de dever do Estado, e as pessoas morrendo nos hospitais públicos. Não é justo o senador, depois de oito anos, ter seguro saúde vitalício para ele e toda a família.

Tem coisas que são legalmente permitidas, mas pra mim, nenhum ordenamento jurídico pode ser sedimentado se não coincide com a base ética e moral. Para isso que eu tenho que estar lá. Romper com privilégios é uma coisa que fazer imediatamente. O que eu puder fazer unilateralmente, podem ter certeza, o povo capixaba vai ver que vou fazer. Mas independente disso, vou provocar para que o efeito seja generalizado. Vou lutar bravamente para que esses privilégios sejam quebrados ou inibidos ou não tenha mais esses privilégios em todo o Senado, e quem sabe um dia tenhamos as condições de ver isso quebrado também na Câmara dos Deputados e em todos os segmentos.  Mas sociedade não pode ter esse tratamento desigual. Temos que diminuir esse abismo que existe entre milhões de pobres e a concentração de riquezas e privilégios nas mãos de poucos.

Ética

A minha vida pública como delegado de política me credenciou para que a população escolhesse e votasse em mim. Eu sempre tive como cumprimento aquilo que está expresso na Constituição. A administração pública tem que ser regida por princípios. Está lá no artigo 37. A legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Seja em qualquer âmbito da administração pública, no Executivo, Legislativo, Judiciário, seja no Ministério Público. Como servidor público já está sendo, mas é claro que estando no Senado o peso é muito maior.

Mandato e reeleição

Uma coisa que quero deixar claro, que sou contra, é o mandato de oito anos para senador da República. Quero mudar para que isso seja reduzido para quatro, cinco anos. Não vejo com bons olhos reeleição no Legislativo, para o mesmo cargo. Acho que o mandato, etimologicamente, tem prazo de validade.

Eu amo as duas profissões que eu escolhi que é ser servidor público delegado de polícia e professor. Essas são as minhas duas profissões. Momentaneamente, eu posso estar ocupando o cargo de senador da República. Mas não acho positivo numa democracia a reeleição. Você políticos que fazem da política uma profissão. Não acho saudável. O mandato é pra ter essa possibilidade de oxigenação, de revisão, de mudança, de olhar de forma diferente e entender que isso não é uma profissão.

Pacto federativo

Muito se fala em reformulação do pacto federativo. Vejo que muitos políticos fazem emendas parlamentares. É comum deputado, senador fazerem emendas parlamentares para levarem verbas para os municípios. Com todo respeito, acho que isso é instrumento de barganha. O que tem que ser feito é fortalecer principalmente os municípios. Todos. A forma desse fortalecimento já existe. Está na Constituição, quando o Tesouro Nacional determina que a receita arrecadada no Estado deveria ser restituída. Em 2016, a União arrecadou no Espírito Santo, só com imposto de renda de pessoa física, jurídica e IPI, R$ 12,25 bilhões de reais, mas só devolveu ao Espírito Santo R$ 4,48 bilhões. Eu estando no Senado vou lutar para que esse percentual aumente sensivelmente ou se restitua o ideal, que seria de forma integral. Aí sim, você fortalece a receita dos municípios e efetiva as garantias que já estão expressas no artigo 5º da Constituição.

Ideologia de gênero

Os pais estão renunciando ao poder familiar e transferindo para as escolas coisas que competem à família passar. Defendo que a escola tem que ministrar o conteúdo científico, mas não ideologia de gênero ou falando como o aluno vai se portar. Isso é função da família orientar, mesmo porque você tem um elevado índice de adolescentes que ficam grávidas. Isso não é função da escola. Quem tem que passar ética, respeito, humildade, caridade, compreensão, abolir qualquer tipo de preconceito, discriminação, seja racial, religiosa, de gênero, não importa, é a família e não a escola.

Calúnias

Thomas Hobbes fala que o homem é mau por natureza. Mesmo sendo delegado por mais de 26 anos, não imaginei que poderia ser vítima de crime tão violento como esse. Existe violência real que é aquela física, mas existe a violência simbólica que dói tanto quanto ou mais. Ninguém tem o direito de fazer isso com qualquer pessoa. Mas usar meu filho de quatro anos foi algo que eu acho inadmissível. O candidato era eu e não meu filho. Já estou tomando providências, identificando todas as pessoas envolvidas, não só quem iniciou, mas a figura do propalador, do divulgador. Tanto no aspecto civil, para indenização, mas também no aspecto criminal para que isso não volte a acontecer. O que eu mais pedi no início da campanha eleitoral é que os demais candidatos agissem com comportamento ético em respeito ao eleitor, discutindo ideias.

Governo do Estado

Espero que seja a melhor possível. Quando você tem uma junção de forças focadas para o bem comum, o principal destinatário é a população. Tanto o chefe do Executivo como o Legislativo no âmbito estadual e municipal, é todo um conjunto que vai unir forças para a mesma sociedade. Tenho certeza, pelo que conheço do governador Casagrande que ele vai pautar um Executivo nessa linha.  A atuação política do eleito é impessoal, o que é bom para a população (é o que deve ser levado em conta), se não for do mesmo partido que eu, mas se a gestão for boa para a população, terá em mim um aliado.

Política de trânsito nacional

O que foi feito recentemente foi um absurdo. Foi estabelecido que se o motorista matar no trânsito, mesmo se ele estiver sobre influência do álcool ou qualquer substância de efeito psicoativa, a pena deve chegar a dez anos de reclusão. Mas dez anos de reclusão é um engodo que foi feito com a sociedade. Por quê? Porque foi mantido o crime de homicídio como culposo, mesmo o motorista estando sob a influência de droga lícita ou ilícita. Se o crime é mantido como culposo, ou seja, sem intenção, o artigo 44 do Código Penal determina que os juízes no Brasil substituam a pena de prisão por fornecimento de cestas básicas, limitação de final de semana, prestação de serviços à comunidade. Mesmo que o motorista matar hoje no trânsito, e se estiver drogado, pode pegar a pena de dez anos de cadeia, mas não vai ficar nenhum dia preso com a atual legislação. Essa é uma primeira modificação que eu pretendo introduzir no Senado para corrigir essa desigualdade.

Fico muito triste quando a União, no aspecto da legislação, só fica na função arrecadatória, fortalecendo a indústria da multa. É preciso preservar a vida humana e pra isso é preciso incentivar um bom motorista com redução ou isenção do IPI, educação de trânsito nas escolas. Aí, sim, você trabalha na educação, fortalece a fiscalização e tem uma legislação que corrija essas desigualdades. Quem ganha com isso é a sociedade e principalmente a vida humana será preservada.

(Publicado originalmente no site www.al.es.gov.br)

Senado e deputados: 70% de indecisos definem eleições nos últimos dias no ES

27 de setembro de 2018

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Magno, Ricardo, Contarato e Marcos do Val: pela ordem, na corrida ao Senado. (Foto: Gazeta Online)

O que não está escrito nas manchetes dos jornais relativo às pesquisas eleitorais: não tem eleição definida no Espírito Santo para deputados estaduais e federais e também para senador, a despeito da vantagem dos dois senadores com mandato neste momento – Magno Malta (PR) e Ricardo Ferraço (PSDB). De onde vem essa conclusão?

As mesmas pesquisas que projetam as intenções de votos revelam que, na verdade, quase sete de cada 10 eleitores não sabem ainda em quem votar tanto para deputado estadual e federal, quanto para senador da República. Ou seja, 70% do eleitorado.

Uma análise detalhada da mais recente pesquisa do Instituto Futura publicada pelo jornal A Gazeta demonstra, claramente, isso.  Para o Senado, a dúvida é maior entre as mulheres com 71%, enquanto atinge 65% dos homens. Diante disso, não será nenhuma surpresa se o primeiro colocado nessa corrida não for quem está na frente agora.

Magno Malta foi quem mais perdeu intenções de votos – 28% em números internos, ou seja, a queda no percentual de quem disse, há 35 dias que votaria nele, e quem disse agora. Outro dos atuais favoritos, Ricardo Ferraço (PSDB), tinha ficado estabilizado, mas também começou a perder fôlego e caiu 20% nos seus números internos.

A comparação é entre a pesquisa do Ibope para a mesma rede de comunicação, realizada dias 15 e 17 de agosto, logo depois da oficialização das candidaturas, e a da Futura, nos dias 20 e 21 de setembro. O ideal seria que os dois levantamentos fossem da mesma fonte, porém, como referência dá para refletir.

Quem surge atropelando é o delegado Fabiano Contarato (Rede). Na pesquisa do Ibope em agosto, quando estimulados, os entrevistados assim se manifestavam: Magno Malta – 54%; Ricardo Ferraço – 42%; Contarato – 10; Marcos do Val (PPS) – 8%. Naquela ocasião, nas menções espontâneas só apareciam Magno Malta (8%) e Ricardo Ferraço (4%). Contarato e Do Val estavam com zero citação.

Já se notava uma mudança no cenário só de sentimento de rua, mas a pesquisa da Futura, feita nos dias 20 e 21 e divulgada na segunda-feira (24), deu um susto nos dois líderes. Na menção espontânea, Magno apareceu com 14,5%, Contarato em seguida com 13,1%, Ricardo com 10,1% e Do Val com 4,5%. Mas quando apresentados aos nomes, ficou assim: Magno (39,4%), Ricardo (33,3%), Contarato (26%) e Marcos Do Val com 14,4%. Ou seja, na estimulada Ricardo e Contarato empatam na margem de erro de 3,5%.

PROJEÇÕES

Dentro desses números da pesquisa, as projeções permitidas na análise dos dados, tomando por base a pesquisa estimulada (em que os nomes são apresentados aos eleitores, portanto, beneficiando quem já tem mandato e cujo nome é mais conhecido), Magno Malta teria, a 15 dias do pleito,  uma votação de 1,076 milhão de votos, seguido de Ricardo Ferraço com 911.068 e Fabiano Contarato com 732.003 votos. Em quarto lugar, Marcos Do Val com 368.688 votos.

Não será surpresa, portanto, se o delegado Fabiano Contarato (Rede), o “Xerife do Trânsito”, virar para cima de Ferraço ou até mesmo alcançar Magno Malta, haja vista que em menos de um mês as intenções de voto em Contarato aumentaram 160% (de 10% para 26% do eleitorado em geral). Para piorar para os concorrentes, a rejeição a Contarato é de 6% enquanto a de Magno passa de 20% e a de Ferraço esbarra em 15%.

FORÇA NA GRANDE VITÓRIA

Fabiano está com sua melhor performance na Grande Vitória (39,6%), que detém 46,48% dos 2.754.728 eleitores aptos a votarem em 2018. Isso significa que ainda existem 857 mil eleitores em dúvida na Região Metropolitana para senador. É sobre esse eleitorado que Contarato tem maior potencial de crescimento, em especial o de Vitória.

A Grande Vitória tem 1,244 milhões de eleitores aptos em 2018. Pelas intenções manifestadas nas ruas, e captadas pelos pesquisadores, Contarato tem 4 de cada 10 votos na Grande Vitória. Isso perfaz um potencial de 507 mil votos brutos. A previsão é de que se repita a média história e se percam quase 1 milhão de votos entre abstenções, brancos e nulos no Estado (algo em torno de 35%). Ou seja, uma votação suficiente para eleger um senador.

Se crescer mais 10% nas intenções de votos em todo o Estado, o delegado alcança a margem de 900 mil votos e “coloca uma mão no diploma de senador”, contas feitas com a ponderação de tendência de queda que as últimas pesquisas têm revelado para as candidaturas de Magno e Ricardo.

A própria reação dos adversários, empreendendo uma campanha de “desconstrução” do nome de Contarato com argumentos pouco ortodoxos, utilizando-se fake news e não se importando nem mesmo com a infração ao Estatuto da Criança e do Adolescente, parece demonstrar a preocupação, que não afeta somente a Magno, mas também a Ricardo.

TRANSFERÊNCIA DE VOTOS

Um detalhe que chama a atenção na pesquisa é a força das lideranças locais na transferência de voto para os candidatos a senadores: Ricardo Ferraço(PSDB) tem 50% das intenções de votos no Sul do Estado (onde tem o apoio do pai, Theodorico Ferraço) e na região Noroeste, onde é apoiado pelo deputado estadual Enivaldo dos Anjos (PSD).

Nessa região Noroeste, Magno Malta tem também 50% das intenções de voto, fruto da grande presença de evangélicos e da influência também de Enivaldo, que estava na sua chapa em 2010, como segundo suplente, e está pedindo votos casados para Magno e Ricardo. Isso repercute.

A chave para Contarato parece ser investir pesado na Região Metropolitana e nas regiões Central e Litoral Norte, onde Magno e Ricardo têm seus piores desempenhos e ele, Fabiano, já tem uma boa presença. Em termos de peso, porém, 50% do esforço deve se concentrar na Grande Vitória, onde uma onda eleva o nome dele aos patamares de competividade real.

As duas regiões do interior – Central e Litoral Norte – não têm a metade do eleitorado da Grande Vitória. Isso demandaria maior investimento por menor taxa de retorno em votos. Por outro lado, Noroeste e Sul, juntas, somam 880 mil votos. E são duas regiões com forte presença de Magno e de Ricardo.

Fortes emoções estão reservadas para a eleição ao Senado no Espírito Santo na última semana da corrida eleitoral. E Magno ainda vai ter que catar os cacos de uma denúncia veiculada no Século Diário feita por um dos indiciados por ele na CPI da Pedofilia em 2010. As acusações são graves e envolvem falso testemunho, coação e tortura física e psicológica.

Minas dá exemplo do que é a eleição “Frankstein”

17 de agosto de 2018

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A ex-presidente Dilma Roussef, que foi cassada, mas não perdeu os direitos políticos (o Frankstein começa aí…), lidera com folgas a disputa ao Senado por Minas (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)

(Atualizada em 27 de setembro de 2018)

A mais recente pesquisa do Ibope (27/09) confirma os números anteriores , de uma pesquisa encomendada pelo jornal O Tempo, de Belo Horizonte, e demonstra bem o quadro diante do qual estamos nas eleições de 2018, um verdadeiro “Frankstein”. Com a saída de Aécio Neves (PSDB) da disputa de senador para disputar como  deputado federal, para atender aos interesses do partido concernente às demandas da EC 97/2017, vejam como estão os números em Minas a 10 dias das eleições, segundo o Ibope:

Candidatos ao Senado

  • Dilma Rousseff (PT): 26%
  • Dinis Pinheiro (SD): 15%
  • Jornalista Carlos Viana (PHS): 15%
  • Rodrigo Pacheco (DEM): 14%
  • Fábio Cherem (PDT): 9%
  • Rodrigo Paiva (Novo): 7%
  • Bispo Damasceno (PPL): 6%
  • Coronel Lacerda (PPL): 6%

Números anteriores (O Tempo)

  • Dilma (PT) com 26,2%
  • Carlos Viana (PHS) com 11,2%
  • Vanessa Portugal (PSTU) com 8,5%

Hoje, Vanessa Portugal soma modestos 3% das intenções de voto num ambiente em que 37% declaram não saber em quem votar, 18% estão entre brancos/nulos para a 1ª vaga e 26% brancos e nulos para a segunda vaga. Efetivamente, já se perdeu 1 em cada 4 votos, e 4 em cada 10 sequer sabem em quem votar. Minas Gerais tem 15.700.966 eleitores aptos a votar em 2018, dos quais 5,800 milhões não sabem em quem votar e 3,140 milhões já decidiram que não votam em ninguém.

Na verdade, a ex-presidente Dilma quase ficou fora da corrida, devido aos acordos nacionais do PT, que incluíram rifar a candidatura de Márcio Lacerda (PSB) ao governo, que passaria a disputar o Senado e os socialistas apoiando a reeleição de Frederico Pimentel (PT). Uma curiosidade: Dilma tem de intenções de votos os mesmos 26% dos brancos/nulos para o 2º voto, o que pode indicar que seu eleitor em Minas resolveu se vingar ao “golpe parlamentar”, cuja votação que a tirou da Presidência (mas não cassou-lhe os direitos políticos) foi relatada pelo senador Anastasia, que agora parece caminhar para ganhar o governo.

Virou a maior confusão, porque o PSB rachou, Lacerda manteve a candidatura a governador, a Executiva Nacional decretou intervenção na Estadual para cumprir o acordo nacional e, a “junta interventora” impugnou a candidatura de Márcio. Esse tipo de acordo, montado a partir de Curitiba, já rifou a neta de Miguel Arraes em Recife pelo mesmo motivo.

Como consequência, Márcio retirou sua candidatura no dia 21 de agosto, pediu desfiliação do PSB e publicou a seguinte nota nas redes sociais:

“A velha política conseguiu me tirar dessa eleição

Dois comandos partidários, de forma antidemocrática e arbitrária, fizeram, na calada da noite, nos porões sombrios dos gabinetes em Brasília, o mais podre dos conchavos políticos. A cúpula do PSB e do PT conspiraram para retirar a minha candidatura a Governador de Minas Gerais, impedindo a desvinculação definitiva do tradicional papel de braço do PT, desempenhado pelo PSB.

Todos sabem que lutei e resisti. Minha indignação não aceitou essa negociata, essa imposição que agride não apenas a minha candidatura, mas a vontade soberana dos mineiros.

No entanto, a impossibilidade do julgamento definitivo do assunto, desenhada nos últimos dias no âmbito da Justiça Eleitoral, conduz esta insegurança jurídica até a véspera do 1º turno, o que me leva a retirar minha candidatura. Esse prazo alongado dificulta e muito a mobilização de apoiadores e, especialmente, tornará muito fragilizada a situação dos candidatos a deputado do PSB, que estão contra sua vontade, presentes em duas coligações. Além disso, manter uma campanha eleitoral, muito curta e de grandes desafios como essa, com tamanha indefinição jurídica, poderia prejudicar muito o crescimento que vínhamos detectando nos últimos meses em torno da nossa proposta para Minas Gerais.

Os representantes da velha política conseguiram impedir minha candidatura.

Minas Gerais precisava de uma terceira via. E a nossa candidatura era, sim, muito viável. Todas as pesquisas divulgadas até o momento apontaram o meu nome com reais possibilidades de chegar ao segundo turno e obter uma vitória. Por isso os grandes interesses agiram dessa maneira covarde.

Infelizmente essa é a política que ainda impera no Brasil. Sou retirado da disputa esperando, sinceramente, que esse fato deplorável que ocorreu com a minha candidatura sirva de exemplo para ajudar a transformar de fato a nossa política. Não podemos mais deixar que acordos e conchavos de gabinete predominem sobre a vontade popular.

E é essa vontade popular que sustenta a esperança que estava depositada em nossa candidatura. Nos últimos dezoito meses visitei mais de duzentas cidades em Minas, vendo de perto a situação de cada região do estado. Dialogando e ouvindo pessoas de todos os segmentos da população aprofundei meus conhecimentos sobre Minas Gerais e sobre a realidade das pessoas em mais de mil reuniões que participei nesta que eu chamei de peregrinação de aprendizado.

Quero agradecer a todos que nos acompanharam e participaram dessa caminhada. A todos os cidadãos que estavam dispostos a construir uma nova alternativa para Minas e que viam em nossa candidatura a esperança de algo diferente.

Nas pessoas do meu candidato a vice-governador, deputado estadual Adalclever Lopes, e do meu candidato a senador, deputado federal Jaime Martins, quero agradecer profundamente a todos os partidos, dirigentes, parlamentares, prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, enfim, todos os políticos de bem que estiveram ao nosso lado neste momento e que também estão profundamente indignados. Desejo boa sorte a todos os candidatos a deputado da coligação Minas tem Jeito, em especial aos do PSB que apoiaram minha candidatura a Governador.

Apesar do sentimento de frustração, digo a todos que esta foi uma experiência extremamente proveitosa. Ouvir de perto os mineiros permitiu a mim, ao lado de outros colaboradores e de lideranças partidárias que confiaram em nosso projeto, apresentar um programa de governo chamado “Pacto Pela Retomada da Grandeza de Minas”, que está registrado no Tribunal Regional Eleitoral e publicado em marciolacerda.com.br. São ideias e conceitos que permitiriam que Minas Gerais voltasse a olhar para a frente de novo.

Aproveito este comunicado para também anunciar a minha desfiliação do Partido Socialista Brasileiro, ao qual nos últimos onze anos fui filiado, honrando com dignidade seus princípios e valores. Infelizmente, este conchavo de sua direção nacional terá reflexos ainda mais profundos no PSB e, principalmente, nos olhos de quem enxergava neste partido alguma coisa diferente na vida partidária deste país.

A política continua sendo o grande instrumento de transformação social no Brasil, mas transformação mesmo precisa acontecer primeiro na forma de se fazer política.

Marcio Lacerda, 21/08/2018″

O jornalista Daniel Camargos faz o seguinte comentário a respeito do quadro para o Senado em Minas:

“Considerando a margem de erro de 2.3 pontos percentuais para mais ou para menos, há um empate técnico pela segunda vaga. Vanessa não é uma desconhecida. É a oitava eleição que ela disputa. Foi candidata a prefeita de BH em quatro oportunidades (2004, 2008, 2012, 2016), a governadora em 2006 e 2010 e a deputada estadual em 2014.

Já pensaram se ocorre um movimento dos eleitores da Dilma e eles votam na Vanessa para a segunda vaga e o PSTU emplaca uma senadora por Minas Gerais?

Essa segunda vaga é a mesma que o atual senador Aécio Neves (PSDB) desistiu de concorrer, pois escolheu ser candidato a deputado federal.

O Carlos Viana, para quem não conhece, é um jornalista que apresenta um telejornal na Record e um programa na rádio Itatiaia. Abraçou com gosto as opiniões da direita Bolsonaro e é do partido do prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil.”

Eleições 2018: primeiro debate deixou a desejar

10 de agosto de 2018

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Bancada do debate na Band, mediado por Ricardo Boechat (Foto: Nelson Almeida/AFP)

Se alguém pretendia começar a definir seu voto após o primeiro debate da Band, na noite de quinta-feira (9), perdeu suas três horas.

O que eu vi?

MARINA insossa.

BOLSONARO superficial e pavio curto.

BOULOS achando que o comunismo não acabou, mas bom de piada.

CIRO bem articulado, mas fazendo marketing com a desgraça dos outros (será que ele vai dar dinheiro para os devedores tirarem o nome do SPC?).

HENRIQUE MEIRELLES tentando parecer simpático, mas com discurso distante e financista como sempre.

DACIOLO: usou o espaço para fazer pregação religiosa, quando o Presidente da República é de todos…

ALCKMIN, didático, com experiência administrativa, sabendo o que queria, mas com um discurso mais do mesmo.

ÁLVARO DIAS com bagagem administrativa, boa experiência política, reputação, mas escorregando para o apelo de marketing usando o Sérgio Moro para isso.

Ou seja, faltou pimenta nesse molho…

Eleições 2018-ES: cotação aponta para 20 deputados da bancada de Casagrande

7 de agosto de 2018

A imagem pode conter: 16 pessoas, pessoas sorrindo, multidão

Renato Casagrande agrega o maior número de adesões para o Governo do Estado (Foto: Divulgação)

José Caldas da Costa

(jornalista há mais de 40 anos, geógrafo)

O quociente eleitoral para deputado estadual será de 65 mil votos; e para deputado federal serão quase 180 mil votos por vaga

Com o desenho que se configurou nas coligações proporcionais, terminado o prazo das convenções dos partidos e o registro das sublegendas na Justiça Eleitoral, o candidato favorito ao governo, Renato Casagrande (PSB), se de fato confirmar as tendências, não terá motivos para se preocupar.

Os partidos coligados ao socialista deverão fazer no mínimo 20 das 30 cadeiras na Assembleia Legislativa, sem contar que praticamente todos os partidos que estão vinculados à chapa majoritária da senadora Rose de Freitas (Podemos) não têm perfil de oposição, que deverá ficar reservada a um ou dois deputados estaduais que poderão ser eleitos pelo PT.

ELEITORADO ATUAL

O Espírito Santo, em 2018, tem 2.754.728 eleitores aptos a votar, distribuídos por 78 municípios, segundo o Tribunal Regional Eleitoral. A se julgar a média histórica de abstenção de 20%, deverão ir às urnas aproximadamente 2,2 milhões de eleitores. A se considerar as eleições de 2014, quando 88% dos votos para governador foram válidos, deveremos ter em torno de 1,950 milhão de votos válidos nas eleições majoritárias para governador.

ELEIÇÕES ANTERIORES

Em 2014, o Espírito Santo tinha 2.651.365 eleitores aptos a votarem, sendo que 501.374 (18,91%) não compareceram. Foram validados para governador 1.909.594 votos (88,81). O então candidato Paulo Hartung (MDB) foi eleito com 53,44% dos votos válidos em primeiro turno (1.020.440 votos).

Já em 2010, tínhamos 2.521.991 eleitores, dos quais 438.946 (17,4%) não foram às urnas. Foram validados 1.825.092 votos válidos (72,7%). Renato Casagrande (PSB) foi eleito com 82,3% dos votos válidos, um total nominal de 1.502.070 votos, também elegendo-se em primeiro turno.

DEPUTADO ESTADUAL 2014

Na votação proporcional, para deputado estadual, em 2014, foram apurados 2.150.248 votos, dos quais 1.892.421 válidos (88,01% dos apurados), gerando um quociente eleitoral de 63.080 votos para se eleger um deputado estadual – ou seja, número mínimo de votos para alcançar uma vaga à Assembleia.

QUOCIENTE 2018

A se considerar a mesma projeção, teremos em 2018 um total de 2.231.329 votos apurados para deputado estadual, com 1.963.570 votos válidos, o que quociente eleitoral de 65.453 votos para se eleger um deputado estadual.

A perda de votos foi maior nas eleições proporcionais em 2014 deu-se para a Câmara dos Deputados. De 2.150.248 votos apurados, somente foram válidos 1.794.470 votos (83,45%), levando ao quociente de 179.447 votos para se fazer um deputado federal.

Respeitando-se a mesma proporção, teremos 1.864.400 votos válidos para deputado federal, o que levará à necessidade de se fazer 186.440 votos para se eleger um deputado federal no partido, quando sozinho, ou na sublegenda, quando houver coligação.

DESENHO DAS BANCADAS

No desenho feito pelas lideranças políticas, projeta-se o seguinte desempenho das coligações registradas na Justiça Eleitoral. A partir desta data de 14 de setembro de 2018, incluiremos, semanalmente, uma cotação de estrelas, com base em observações pessoais e de análises do mercado: 5 estrelas – eleito; 4 estrelas – forte possibilidade; 3 estrelas – entrando na disputa….

CÂMARA DOS DEPUTADOS

 “FRENTE DE RENATO CASAGRANDE”

PDT-PSDB-DEM-PSD-SD = 4 a 5 deputados federais

Sérgio Vidigal – ***** / César Colnago – ***** / Norma Ayub – **** / Neucimar Fragaq – **** / Leonardo – **** / Dr Jorge – ***

 

PPS-PP-PHS-PROS-PCdoB = 2 a 3 deputados federais

Da Vitória – ***** / Marcus Vicente – **** / Evair – **** / Givaldo – **** / Lenise – *** / Sandro Locutor – *** / Coronel Foresti – **

PSB-Avante-PV-PTC-PSC = 1 a 2 deputados

Foletto – **** / Márcia Lamas – *** / Carreta – *** / Reginaldo Almeida – ** / Ted Conti – **

 

“FRENTE DE ROSE DE FREITAS”

PODEMOS-MDB-REDE-PMN-PATRIOTAS-PRTB = 1 deputado

Lelo – ***** / Guto Lorenzoni – *** / Ledir Porto – ** / Gustavo de Biase – *

 “FRENTE DE MANATO”

PRB-PR-PSL = 1 A 2 deputados

Amaro Neto – ***** / Lauriete – **** / Rodney – *** / Gilsinho Lopes – *** / Marcos Guerra – **

“CHAPA DO PT”

PT = 0 a 1 deputado

Helder Salomão – *** / João Coser – **

 

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

 “FRENTE RENATO CASAGRANDE”

– PDT-DEM-PSD =  5 a 6 deputados estaduais

Theodorico Ferraço – ***** / Enivaldo – **** / Luiz Durão – **** / Marcelo Santos – **** / Sueli Vidigal – **** / Esmael – *** / Júlio Pompeu – *** /  Dr Luiz – ** / Aparecida Denadai – *** / Duclerck – * / Ademar Devens – *

– PSB-PSDC = 3 deputados

Majeski – ***** / Bruno Lamas – ***** / Euclerio – **** / Freitas – **** / Tadeu Marino – *** / Alexandre Bastos – *** / Antonio da Emater – **

– PPS-Avante-PTC = 2 deputados

Fabrício Gandini – **** / Carlos Von – *** / Eliana Dadalto – *** / Walace Valente – ** / Ricardo Chiabai – ** / Manoel Pé de Boi – ** / Luciano Pereira – **

– PP-PROS = 2 deputados

Raquel Lessa – ***** / Jamir Malini – ***** / Noemi – ** / Renzo – ** / Tonho dos Couros – **

– PSDB-PSC = 3 deputados

Vandinho – ***** / Max da Mata – **** / Pr Mansur – **** / Anselmo – *** / Guerino Balestrassi – *** / Zezito – ** / Sandra Freitas – ** / Neuzinha – ** / Wanderson Marinho – **

– PCdoB-PRP = 2 deputados

Dary Pagung – ***** / Madureira – **** / Henrique Vargas – ***

– PHS-SD-PV = 2 deputados

Carlinhos Lyrio – ***** / Luciano Machado – **** / João Belisário – ** / Rogerinho Pinheiro – **

“FRENTE ROSE DE FREITAS”

– REDE-PMN-PATRIOTAS-PODEMOS-PRTB = 3 a 4 deputados

Favato – ***** / Janete – ***** / Marcos Bruno – **** / Alcântaro – *** / Lastenio – ** / Locutor Sandro – *

– MDB = 3 deputados

Luzia Toledo – ***** / Doutor Hércules – ***** / José Esmeraldo – **** / André Garcia – *** / Daltro Perim – *** / Lucas Scaramussa – ** / Mrcos Damiani – ** / Arnaldinho Borgo – **

 

“FRENTE MANATO”

– PSL-PRB-PR = 4 deputados

Devanir – ***** / Hudson Leal – ***** / Erick Musso – ***** / Capitão Assunção – **** / Danilo Bahiense – *** / Marcos Assad – *** / Torino Marques – *** / Coronel Rogério – ** / Cláudia Lemos – ** / Maturano – ** / Paulo César Gomes – **

PTB-PMB – 1 a 2 deputados 

Paulo Fundão – **** / Adilson Espíndula – *** / Haroldo Santos – ** / Liliajane – ** / Marco Paladini – ** / Professora Noêmia – *

“CHAPA DO PT” – 1 a 2 deputados

Padre Honório – ***** / Nunes – **** / Carlos Casteglione – *** / Iriny Lopes – ***

Cotação atualizada em 14 de setembro de 2018