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DOMINGO: METAMORFOSE X METANOIA

23 de março de 2011

O que você faz com o seu domingo, dia tradicional de descanso no Ocidente cristão?

Fica dormindo até tarde?

Chama os amigos, come churrasco e enche o bucho de carne e cerveja e fica com gosto de guarda-chuvas na boca na segunda-feira?

Come macarrão com galinha no almoço e gasta as horas vendo o Silvio Santos ou dá uma dormida e, depois, vai tomar um banho de cultura com o Faustão?

O futebol na tevê ou no estádio é programa indispensável?

Curioso é que, em todas as opções acima, você está gastando e alguém está ficando mais rico, percebeu? Aprendi de um grande filósofo que muda de vida quem faz algo produtivo e diferente quando os outros param.

Eu tenho dois hábitos nos finais de semana: ou estou aprendendo mais em seminários de negócio e desenvolvimento pessoal ou estou na igreja em culto e aprendendo como ser uma pessoa melhor.

No último domingo, na pequena e aconchegante Segunda Igreja Batista da Praia da Costa ouvi um interessante sermão (pastor Vanedson Ximeses) e isso me fez refletir e agir a semana inteira: ele falou de metamorfose e metanoia, duas palavras de origem grega com o prefixo “meta”.

O prefeixo meta no grego, de acordo com o professor  Carlos Alberto Guimarães, da UFRJ, significa “transformação, transposição, posteridade, transcendência e sucessão”. Exs.: metamorfose, metaptose e, claro, a nossa metanoia.

O termo “noia” está ficando cada vez mais usual hoje em dia porque as pessoas referem-se a drogados como “noias”. Não sei de onde tiraram isso, porque “noia” tem o sentido de mente. Portanto, metanoia quer dizer mudança de mente. 

Daí, então, vem uma reflexão que contrapõe ou superpõe a metanoia à metamorfose, que tem o sentido da mudança de forma, quando se trata da biologia, mas que indica uma mudança completa de caráter, quando levamos para o campo das ciências humanas e nos referimos a uma pessoa.

Verdade é que, no âmbito das individualidades ou das coletividades, vemos muitas e interessantes metamorfoses, mas poucas metanoias. Do que adianta, por exemplo, a metamorfose econômica brasileira, onde 50% da população hoje está na classe C, vindas das classes D e E nos últimos oito anos, sem a mudança de mentalidade!?

Do ponto de vista físico, estamos com 50% da população acima do peso e muita gente busca formas fáceis de metamorfose, sem compreender que as mudanças definitivas somente ocorrem com uma metanoia, ou seja, mudança de mente.

Do ponto de vista do Cristianismo (para não dizer que não falei de flores), do que adiantam congregações enormes sem a metanoia (será que vós tendes a mente de Cristo, como disse o apósto Paulo?).

E por aí eu deixo por conta do leitor as demais reflexões acerca da metamorfose e da metanoia. Estaria Rauzito (Raul Seixas) certo em seu verso “eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter uma velha opinião formada sobre quase tudo”?

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